Passa Bichão!

Contava a vovó Maria Franco que quando o pai tinha uns quatro anos de idade vieram para Londrina para resolver negócios relativos a compra e venda de gado suíno. Uma longa e cansativa viagem no lombo dos cavalos Baião e Gaúcho. Saíram de casa bem de madrugadinha munidos de água, pão caseiro um reforçado virado de frango para saciar a fome no caminho. No final da tarde chegaram e pararam numa venda, à beira da estrada empoeirada que segundo descrevia deve ser nas imediações do marco Zero. Essa parada era um alívio ao corpo cansado. Ali faziam uma refeição, descansavam e ficavam a par das novidades a respeito da cidade, os imigrantes, as novas construções.

Nesta é poca Londrina já nascida, crescia lentamente e o seu progresso vinha do ir e vir dos caminhões que transportavam as toras tiradas de onde aos poucos eram construídas casas, hotéis, serrarias...

Neste dia que já convidava a noite para assumir o lugar, encontrava-se ele sentada à escadinha que dava acesso ao interior do comércio quando ouviu um barulho até então estranho aos seus ouvidos. Colocou-se em pé com ar de espanto mas sem arredar o pé observou o pesado caminhão que gemendo cortou a estrada vagarosamente. Quando já se ia, ele ergueu sua mão direita como num aceno e disse:

____Paaaassa bichão!