É só o que quero

Deitado em minha cama, sonho palavras,

acordo,

fico inquieto,

desejo silêncio.

Tento tatear o espaço as cegas

e sorrio escuro,

entrego-me às sombras,

a soprar pela janela

carinhosamente,

pois ela me quer.

Estou tentando aprender coisas,

que nem sei que me sabem.

O vento pensa amor ao contrario,

para que eu sinta saudades.

O sol brilha,

amanheço luz.

Fico pensando o pensado,

penso como andarilho sem rumo.

Desfruto da falto do exato,

exatamente como quero.

Os passarinhos contam estórias pecaminosas,

segredos frutos,

uma viagem

de quem não pretende ser.

Assim saboreio o pecado

gosto manga.

Fico feliz

Pura felicidade clandestina.

Crio-me incerteza a devanear.

Passo a passo vou caminhando.

Contemplo nesse caminhar,

paisagens.

Amo a solitude das folhas secas

abandonadas,

o cheiro da terra podre

decompondo seres,

a natureza morta

molhada gotas aguás,

banhada de sol.

Olho esse universo descientificamente.

Me vejo ante-herói,

no meu desacordo

da imposição concreta,

quero o acaso

casual amante,

a paixão que desconstrói.

É só o que quero.

Só por te
Enviado por Só por te em 21/10/2011
Código do texto: T3289482
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.