Pare! Olhe para mim, o que vê?

É isso que vai lembrar-se quando estiver velhinho, quando o tempo bater na sua porta e pedir para entrar você vai pular pela janela e sai correndo com medo do que possa acontecer, se a morte bater a sua janela querendo explicações você vai pedir ajuda para ela dizendo que estava um pouco cansado, mas que quer viver, se a musica tocar a noite vai ter chegado e o rito inicial uma vez mais terá inicio, um rito vicioso que não tem fim...

_ Não! Quando eu me olhar no espelho vou ver um garoto que não sabe o caminho, que dorme em braços desconhecidos por ter medo de ficar sozinho vejo-me refletindo minha vida de olhos fechados, vejo muito e pouco, mas vejo.
Quando eu estiver frente a frente comigo eu vou dançar com elegância o ritmo da vida, eu vou caminhar para longe em pensamento com medo de ficar parado e meu coração parar, se o tempo bater a minha porta eu vou deixá-lo entrar e servi-lhe um café, se a morte bater a minha janela eu vou falar com ela assim, ih! Chegou tarde o menino que morava aqui se mudou para outra cidade e não deixou endereço.

_ Típico do meu garoto ter medo!

_ Típico de eu ter medo não, sou realista às vezes insano, mas sempre sóbrio e plausível...

_ Se o tempo chegar agora eu vou dizer na cara dele e você vai me ajudar, com o mesmo ímpeto que me controla, vamos exclamar na cara dele que crescemos, que somos adultos e não sabemos desde quando, mas agora o mundo parece um pouco mais com um jogo de videogame, no qual inicia-se chega ao meio e oscila muito no fim...