Apenas o Fim

Não lhe disso isso na outra noite então lhe direi agora.

Me esqueça para todo o sempre.

Atire no lixo comum todos os mimos e regalos que te dei ou que te fiz.

Rasgue e pique e queime todos os poemas que te escrevi pois já deletei todos do meu arquivo pessoal.

Esqueça que um dia você disse que me amava com todas as letras, de todo seu coração e do fundo de sua alma.

Esqueça-se do sabor do macarrão à carbonara ou da sopa de lentilhas que eu cozinhava alegremente para você.

Esqueça a letra da minha canção preferida, o nome do meu cantor preferido e todos os shows em que te levei.

Esqueça que você acordava ao meu lado com um sorriso nos lábios.

Esqueça que você me disse que fui o único a lhe proporcionar um orgasmo.

Esqueça o meu endereço ( não vou me mudar ), esqueça meu número de telefone, esqueça meu correio eletrônico e nunca ouse mandar-me mensagens.

Esqueça-se do inesquecível dia do meu aniversário.

Esqueça-se de que minha cor preferida é preta e meu dia da semana é quarta feira.

Esqueça-se de ler o meu horóscopo do dia quando você for ler o seu.

Esqueça onde ficam o meu café, meu bar e meu restaurante preferidos.

Esqueça-se do nome do meu uísque preferido e do meu poeta inspirador.

Esqueça-se do s livros que te indiquei e da música que você não conhecia e talvez fingisse tolerar quando estava ao meu lado.

Esqueça-se de todas as palavras românticas que lhe falei algum dia.

Quando alguém perguntar de mim diga-lhes sempre que eu arruinei a vida, que não passo de um bêbado vulgar de bar & de um vagabundo fracassado e perdedor e diga-lhes sempre que seu único arrependimento na vida sou eu e sempre diga as pessoas que não passo de um falastrão, de um fanfarrão e que eu não sei escrever.

Esqueça-se das palavras doces que eu lhe escrevi nos bilhetes eventuais que eu lhe mandava. Aliás, esses devem ser encarados como lixo também.

Esqueça-se das noites românticas em meu apartamento e dos enredos dos filmes que nos enlevaram.

Enfim, esqueça definitivamente de mim.

Não é culpa sua, babe.

Agora apenas amo minha solidão.

Você estava exigindo muito da minha alma.

E sem ela não consigo escrever.

Não é culpa sua, babe.

Fui apenas eu quem mudei...

Curitiba, 1º de novembro de 2011, 13 graus celsius – Primavera.

Geraldo Topera
Enviado por Geraldo Topera em 01/11/2011
Código do texto: T3311247
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