Um trago de ti

Ao chegar a noite

Onde a noite já habitava

As lágrimas são açoites

E entre tempos e tragos na mente

Vou me iludindo de ti

Inebriando-me da então desventura

Numa mente, só, densa, escura

Entre o relogio que bate

E o coração que passa

Vou ainda dúbio, me esquecendo

Bebendo, tragando, injetando...

A droga que já chamei de "amar"

Por entre a cortina ainda me soa

Uma fresta das luzes que lá habitam

Mas a liberdade me enclausura

Na sina que esperar o que não vem

De amar o que não tenho

De me esbarrar na vida tua

Assim se vai mais um dia, mais um "sem"

Não sei ao certo, não me levantei

Nada ouvi, não evitei...

Só não entendi, nem despertei.

E mais um trago se vai, deixei...

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 30/12/2006
Código do texto: T331894