Final Feliz

Eu começaria este texto com uma “ah”, de suspiro profundo. Daqueles de quem sofre muito. Daqueles de quem quer mostrar ao mundo que a dor está bem grande. E depois diria que acabou. Mas, hoje em dia, os finais são espalhados pela rede. Logo se sabem que acabou só pela mudança de status das redes sociais. Alguns até “curtem”.

Para piorar está chovendo. Os dias chuvosos parecem intensificar a angústia, a dor, o sofrimento.

Mas, não sou muito fã do sofrimento. Nunca tive muita paciência para sofrer mais que um dia. Até deixo doer. È algo que não dá para controlar, infelizmente. Mas, sempre dou meu jeito para esquecer. É por isso que eu escrevo.

Os finais... Ai, os finais. Como eles doem. Dói porque você não sabe se realmente é , se pode vir a ser ou, até onde pode levar. Mas, se é final, não deveria ir a lugar algum.

Parece que acabou. Não pela falta de amor, de carinho, zelo ou compreensão. Não pela falta de vontade de ter dado certo. Muito menos pela falta de poemas, pelas tentativas de poemas, pelas palavras de carinho. Não acabou por sacanagem, safadeza, deslealdade. Ainda temos todos os bons adjetivos de um casal. Acabou porque falamos que acabou. Porque falamos que não dava mais. E porque não dava mais? Sabíamos, desde o começo, que não seria fácil.

E não adianta querer tirar o corpo fora. É por minha culpa, por sua culpa. Porque quando um disse que não dava, faltou aquela ousadia sem nenhum orgulho de dizer: ainda dá. Porque nos amamos. Nos desejamos. Queremos nos fazer felizes.

Eu não sou fácil. Nunca fiz propaganda enganosa. Eu sou exigente, às vezes, carente. Quero o céu, além das estrelas. Só para saber até onde suportam me amar. Mas eu revezo. Às vezes, sou bem mais paciente que exigente, parceira, do que carente. E de toda mistura que sou, o que mais tenho é a vontade de te ver feliz. De te fazer feliz.

Você também sempre foi claro. Eu sabia de todas as tempestades. Mas sempre estive certa do nosso arco-íris. E olha... Vivemos quase todas as cores. Faltava bem pouco para completar nossa palheta mágica.

Vai doer durante uns bons dias. Se a gente conseguir engolir o orgulho e a vaidade, talvez demore bem menos. Pode ser que até reatemos. E que todos os problemas continuem por um bom tempo. Mas, sinceramente, acho que o problema maior que deve separar duas pessoas é a falta de vontade de estar juntos. Para todo o resto, havendo amor, a gente ajeita.

O amor é mais bonito nos textos, nas novelas e filmes. Vida real é bem mais complicada. Bem mais pesada. Mas, nos contos de fadas o final se dá quando acaba um livro. Na vida real, temos o privilégio de escrever muitos finais. E, quem sabe um deles, talvez, feliz.