LÁGRIMA RUBRA


Meus olhos estão vermelhos, inchados, ressecados...
Minha alma chora toda uma vida que eu permiti que se escoasse por entre os meus dedos.
Alegrias não vividas... esperanças adormecidas... sonhos sepultados sob a fria e insensível lápide do comodismo...
Abraços que não dei... sorrisos que não ofereci... solidariedade recolhida, adiada...
Você queria apenas amor... eu tinha esse amor... por que fugi?
Você queria coisas simples... eu podia oferecer... por que recusei?
Você queria dançar, cantar, sorrir, passear... viver, enfim! Por que me irritei?
Você queria o amor dos contos de fadas... por que zombei?
Você quis me salvar... nos salvar... por que não te ouvi?
Cansada, você se foi... fiquei aqui!
Que frio... que tédio... que medo!
Não me reconheço no espelho que me apavora!
Quero fugir de mim, do passado, do mundo...
Entretanto... chove tanto lá fora!
Vem um soluço, um suspiro, um gemido...
Vem uma lágrima para curar minha ferida...
Chega aos olhos... contempla o mundo... não cai...
É lágrima rubra... tem memória... tem vida!
É sangue que do meu coração sai...



Alexandre Brito - 17/11/2011
(*) Imagem: Google

Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 17/11/2011
Reeditado em 18/11/2011
Código do texto: T3341097
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