O mar não me devolve o que já chorei

O som das águas...

Fervilha as minhas emoções

No lamento do meu coração...

Tantas histórias que compartilhamos,

Tantos segredos tão bem guardados,

Quanta cumplicidade, meu Deus...

Tantos planos... findos!

Sorrisos lá outrora perdidos no vento,

Soltos no espaço infinito da saudade...

Ainda ecoam em minha memória.

Difícil de serem apagados.

Hoje sou pássaro errante,

A procura de um novo ninho,

Um aconchego para eu aplacar

Essa dor que me acompanha

Feito espinho na carne, que sempre sangra...

Conto as estrelas do céu

Nestas minhas horas ociosas...

Horas que antes, mesmo na distância,

Confidenciávamos amor eterno,

Porque os nossos sonhos faziam parte

De um mesmo conto de fadas.

Hoje não mais!

Mas como virar as costas

Para o inverno, a primavera

E um pedacinho do verão que dividimos!?

Como esquecer o desespero da partida,

Como aceitar um desfecho não proposto por nós?

Com suportar a viver apenas com um pedaço da alma?

A - M - O - R !

Grito para a noite, entre lágrimas, num fio de voz

E como resposta...um silêncio sepulcral e frio.

Nesta sensação de completa derrota,

Os meus ombros se curvam

E minhas lágrimas descem,

Descem silenciosamente,

Feito chuva fina que não cessa, mas molha...

Contemplando esse quadro, vejo o quanto sou pequena

Diante de um amor tão grande e tão impossível...

Os sonhos... de fato, os sonhos...

Nunca foram feitos para se tornarem realidade.

...

Outro verão se aproxima...

Pois as aves que migraram no inverno

Estão voltando..., elas estão voltando...

E você, onde estará neste momento?

(Inspirado na música clássica – Concerto para um Verão – na execução excelente do trompetista Fernando Lopez - http://www.youtube.com/watch?v=SKTdiOnKIKg&feature=feedf)

SÔNIA SYLVA
Enviado por SÔNIA SYLVA em 22/11/2011
Reeditado em 22/11/2011
Código do texto: T3349392