O ritual das manhãs manhosas

Saudades de teus versos

Pendurados em teu céu

Do sentimento que nasce como manhã

Sem compromisso com o sol

Atado num laço de cetim nublado...

Saudades de tuas palavras que se transformam

Em imagens recatadas,

Como o beijo da borboleta na linda flor azul...

Ou do pouso do beija-flor em câmera lenta

Nos hibiscos vermelhos.

Os olhos, agora, estão úmidos

Como os olhos da coruja noturna.

Nas colinas verdejantes

Um pedaço da primavera

Foi roubada. Há evidências dessa falta.

Canta a sabiá laranjeira,

No romper da manhã...

Louvando o cheiro suave da madrugada

De relva molhada.

Embriagando minha mente e coração.

SÔNIA SYLVA
Enviado por SÔNIA SYLVA em 25/11/2011
Reeditado em 25/11/2011
Código do texto: T3355075