Se digo céu

De todas as estrelas vãs

Que um dia foram adereços,

Do que chamei de céu, amar

Restou-me apenas a mim

Que sendo a única estrela

Já, se existe, não vive a brilhar.

Do vasto azul de anil, sem manhãs

Que há, rico sem preço a pagar

Restou-me um cinza-morto, assim

Despejas, serôdia tristeza em não tê-la

E se digo que desejo lembrar

Faço quíça, meus anseios, tua jura vil

E no meu ser, já triste céu

Vens presente anuviar,

Apenas para me recordar

Das dores que me são um fio,

Desde outrora a lembrar

Amor soou, você partiu.

Assim vivo a escrever

E por ter á me indagar

As dores que dão no ser, momento

Desejo o não medicar, esquecimento.

Longas são as estórias que pinto

Tentando assim dizer, pressinto

Que não sou, tão pouco há

Um amor, se digo, minto...

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 06/01/2007
Reeditado em 06/01/2007
Código do texto: T338225