Diluído

* A vida, delicada e desatenta, afogada e sedenta... Tênue. A vida, imposta ou escolhida? É para ter resposta ou apenas ser vivida?

* E quando respirar pesa? E quando ninguém escuta a sua reza? E quando findar as batidas do peito parece uma opção atraente? E quando você precisa de estupidez? Quando não nasceu para ser inteligente... Anula de novo a lucidez...

* Os passos que repito, os conselhos que dou e não sigo. As palavras que soam corajosas, mas são escudos que me protegem de assumir minha covardia... Sim, covarde de prosseguir num novo dia. A vida, criança, não é toda essa tragédia. É bela, é luz, é comédia. A vida, jovem, não é só contestação; é ordem, é progresso, é aceitação.

* O suspiro exala alto, cuspo desabafos no asfalto. Por que se tortura? Por que a preocupação? Tão agressiva a minha postura, tão vulnerável o que move meu coração.

* Desculpe se não sei como seguir em frente, se me falta delicadeza e distração; desculpe se não sou um sobrevivente, a quem sobra certeza e disposição. É só que hoje estou exausto de levar a tal da vida, de não ser forte como você, cansado de sorrir da minha ferida, de ser tênue.

Priscila Silvério
Enviado por Priscila Silvério em 14/12/2011
Reeditado em 14/12/2011
Código do texto: T3388741
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