Se for deselegante, desculpe

Evaldo da Veiga


Mas quero de volta e urgente, por favor, 
a paz que você levou.

Levou pra onde não sei, mas sei que não usou.
Não explique, não precisa, só devolva, por favor.

Minha loucura de priorizar o amor,
o material para depois, devolva-me.

Devolva-me o meu sentido  
de por em primeiro, um plano invisível.

Devolva-me a acuidade de perceber
a dança e o namoro da borboleta com a flor.
Devolva-se tudo, por favor.

Enfim, tudo que não te seja útil, devolva-me.


Não há como conciliar os teus anseios 
de tudo Ter esquecida do Ser.

Não sei viver numa vida com entrada e sem saída.
Vou pra rua, pra minha vida de caminhos, 
onde, se um finda,  caminho no outro.

Caminho sem convenção, 
acontecimentos ao acaso, 
riso, dança e alegria.

Caminhos que  somente comportam,
carinho, ternura e amor.

evaldodaveiga@yahoo.com.br