Tortura
E desse egoísmo que eu bebo
É dele que preciso pra manter-me de pé
Preciso de confetes,
Preciso de idolatrias
Não me basto – preciso de você para me fazer
Preciso sugar-te
Sua alegria, sua essência, seu sorrir me incomodam
Por que podes sorrir com tanta facilidade, enquanto eu choro lágrimas amargas?
Não importa se não estás bem, se não te sentes bem, se estás ferida:
Não podes falar comigo o que eu não queira ouvir
Onde está a sua preocupação comigo? Não importa quão grave seja o posto, não importa o que sintas, não importa se isso corrói-te por dentro:
Pense apenas que me deve manter sóbria e tranqüila.
Dou-te o material – com o carinho tu te viras por aí
Converse com as paredes, plante bananeiras, abrace o travesseiro
Não tive isso, logo não te darei...
Trata de acostumar-te: tua auto-estima esfacelada e sonos induzidos serão apenas conseqüências das suas ações – e nada mais.
Vira- te. E não dê-me mais desgostos.