TRANQUILAMENTE...

Na cama, deito meu corpo cansado

Tento dormir

Porém, não adormeço como gostaria

A inquietação que sinto

Me impede de o fazer

Na memória…

Retenho sempre,

As mesmas imagens,

Inquietantes

Que teimam…

Em perturbar o meu sono

A injustiça, a fome, a miséria,

A crueldade…

Me atormentam

Me dão insónias

Outros tormentos porém,

Me impedem de dormir

Apesar do meu corpo cansado

A minha intranquilidade,

O meu vazio por preencher,

As desilusões, os desamores,

As falsas amizades

Me dão insónias

Dou voltas,

E voltas na cama

Tentando dormir

Mas estes pesadelos constantes,

Não deixam

Tento então…

Pensar em coisas boas,

Como contraponto

Tentando acalmar,

A minha ansiedade,

A minha preocupação

Penso então…

Nos amigos que tenho

Poucos, mas bons

No que poderíamos fazer juntos

Mudar o rumo das coisas

Nem que seja apenas,

Um pequeno arbusto

De uma imensa Floresta,

Que está doente,

E em perigo de extinção

Com este pensamento,

Com este sonho

Fico então mais tranquilo

E lentamente,

Vou adormecendo

Aos poucos…

Mergulhado nesse sonho

Consigo finalmente adormecer,

Tranquilamente…

Mário Margaride
Enviado por Mário Margaride em 12/01/2007
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