Contrariando a própria vida,
pensam que nada é nosso, que somos o inverso do verso,
e sei que em tudo somos parecidos e diferentes,
palavras se repetem na alma do poeta.
Cá estou a pensar que algumas pessoas conseguem
o bem pelo bem, o mal pelo mal como se nada ou tudo
apenas fica oculto num mar de si mesmos.
A palavra voa, a palavra se multiplica,
a alma e o corpo sentem o peso monstro
das injustiças sofridas.
Sou silêncio e preces, sou o que já não grita sobre os telhados,
nem deita os joelhos para a humanidade.
Contrariando a própria vida,
uso um remo de aço,
e percorro num barco de cimento.

Cássia Da Rovare