Poética do imcompreensível
A prendi uma receita
que não sei bem se sei receitar.
Ela é assim:
misture um pouco de luz com sombras,
respire cheiros
e sinta o corpo inteiro amando a mãe Terra,
abra um sorriso e vê no que dá.
É, pois é assim e sendo assim é.
Ah como amo o amor puro do que há do encoberto.
Assim voo a brincar com o pensado pensamento,
ele pode estar em qualquer.
Entre o céu e a terra,
o sol e o luar, o ar e o suspiro,
o tanto e tantas coisas.
Adoro jogar com a impossibilidade de não ser
querendo ser outro.
Cumpro o descaminho,
subindo abaixo,
desandando em passos tortos,
negando o caminho certo,
certo de encontrar outros.
Adivinha o que eu aprendi,
passarinhes
nesses descaminhos de lugares que nunca pensei encontrar.
Canto melodias experimentais
e meu único acorde são os assobios.
Pretendo um dia virar peixe
só para aprender a rerrespirar.
Hoje eu sei que não sei tantas coisas,
mas tanta coisa queria ser
e novamente seria outras
e tantas outras,
infinitivas outras
e de tão exagerado que sou
seria o próprio exagero,
devido a minha pretensão.
É, pois é assim e sendo assim é... ou não?
Acho que tenho dúvidas
ou será é as dúvidas que me tem?