O AMOR É FEITO TODOS OS DIAS por pequenas coisas ...

Lembro-me de um tempo que está meio distante... Eu ainda era criança, lá no Sertão Central...

As coisas eram difíceis pra pequenos agricultores pobres... Somente pra ter uma noção, diria que perto de casa morava um parente que andava a pé (no domingo de manhã), pra ouvir rádio na casa de outro parente que morava a uns seis ou sete quilômetros da comunidade – ouvia o programa Balancei a Paraíba, na Rádio Alto Piranhas de Cajazeiras...

Quando estudava o curso científico (correspondente ao atual Ensino Médio), costumava acordar com antecedência pra aula de Educação Física, que acontecia a partir das cinco da manhã, pra aproveitar a falta de bons atletas e jogar futebol com outros perna–de–pau da turma... Quem chegava perto do horário da aula tinha que se contentar com a escalação na posição de centro–afora ou beque sentado...

Na época era comum conhecer novas músicas, ouvindo emissoras de rádio... Até que, no início dos anos setenta começaram a surgir os aparelhos de fita cassete...

Lembro que a letra uma canção retratava uma conversa (na mesa de um bar) entre duas pessoas que terminaram o namoro. Dizia ele (enquanto ela se derramava em lágrimas): Prometemos não chorar... O amor deve ser alimentado todos os dias por pequenas coisas e são essas pequenas coisas que nós não temos mais...

Certamente, o que acontece numa época, o que o ser humano pensa fazer (em relação ao ideal que muitos almejam), tem sido retratado nos livros, nas músicas, nas outras obras de arte; nos pensamentos, palavras e ações no dia a dia... O problema é que as demais pessoas passam a consumir o que é produzido, sem avaliar a influencia que o que tem sido produzido exerce sobre sua vida...

Se eu fosse citar o Glauber, diria apenas que assim caminha a humanidade... E, em meu achômetro, não deve ser apenas assim... ANTES, deve haver consciência popular de que enquanto apenas se consome o que é produzido (por consumir), a qualidade de vida vai ficando pior...

Imagine que, há alguns dias, o sujeito adotado pelo Bispo Anglicano (de Recife) Robinson Rodovalho assassinou o pai e a mãe, ontem apresentou uma desculpa esfarrapada e anda falando que não se arrepende do que fez...

Falta de arrependimento tem sido repetida, nos diversos crimes que acontecem...

E, parafraseando o saudoso Betinho no texto se esse menino fosse meu: UM SÓ EPISÓDIO SERRIA UM ABSURDO...

Que mundo tem sido construído???

Chagas dhu Sertão
Enviado por Chagas dhu Sertão em 06/03/2012
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