Crônica do dia a dia.

Hoje acordei reflexiva e rouca.

A vida leva vantagens quando queremos conversar sobre ela.

Liguei para Minas e Gerais estavam lá!

A rouquidão me deixa com saudades da voz que habita castelos de Princesas e vence o Lobo que habita a minha alma...

A personagem “Diana Balis” queria desistir de escrever suas mil páginas lidas por ninguém, e amadas por alguém, com certeza oculto.

Nada disso pagam as contas penduradas no varal.

Lembro de Julio Saraiva trazendo laranjada e pão de queijo mineiro para a Carioca na Paulista;

Lembro do Projeto de crianças ficando na rua por 36 horas com o amigo Adriano Mattos;

Leio na Revista Vida Simples à matéria com a mesma proposta Budista...

Solidariedade, e volto ao passado.

Minhas filhas eram pequenas e uma era bebe... Eu sempre cuidava delas solitária. Na minha porta aparece uma gaúcha com duas crianças, um bebe e uma menina cabisbaixa e silenciosa. Pareciam como nós. A mãe pedia dinheiro para comer e voltar a sua cidade. Dinheiro, eu não tinha, mas solidariedade sim!

Levei essa estranha para casa, servi leite e pão. Dei um colchão macio e fraldas limpas para o bebe dormir enquanto conversávamos.

Meu ex-marido ceramista estava em seu sítio, alheio a nossas vidas...

Ofereci um jarro azul como o céu, lindo! Feito de cerâmica em alta temperatura para a mãe levar e tentar vender para trocar pela passagem. Era tudo o que tinha para oferecer no momento.

Ficamos um dia inteiro juntas, elas tomaram banho, almoçaram e depois com o bebe, a filha menor, o jarro e sua pequena bagagem, partiram...

Não sei se ela vendeu o jarro, se tudo deu certo na rodoviária ou se o que contara era mentira, mas naquele momento e dia, dei a elas a minha verdade, o meu lar e o meu afeto de mãe.

Diante de tão mau humor hoje, e por estar sem voz e calada, querendo dizer da vontade em fechar o blog, descobri uma boa história para contar.

Desejo a todos um bom dia!

Diana Balis, Rio de Janeiro, 17 de março de 2012.