Quando deixei a Minha Aldeia, Caravelas de Mirandela, que fica encostada ao pé da Serra de Bornes, para entrar na emigração, eu vi de perto pela primeira vez a beleza natural e sempre eterna das margens do Rio Douro. Aqui se produz o famoso Vinho do Porto que tantas glórias tem granjeado ao POVO DE PORTUGAL, mas... esta minha prosa não é para vos falar de vinhos, e sim deste sentimento de saudade que todos temos quando estamos longe das nossas origens.
Para me sentir ainda mais original eu traduzi este poema para o "Mirandês" - a segunda lingua Portuguesa, só falada exclusivamente nesta região do Norte/Nordeste de Portugal e em algumas partes da Raia de Espanha nesta região fronteiriça.
De: Silbino Poténcio... “Oh Douro de las claras Augas”!...
Oh Douro de las claras augas,
Que daqui las liebas pro mar.
- Lieba cuntigo las minhas mágoas,
Que you nun las puodo liebar!
Quando te bi pula beç purmeira,
Era you inda i solo un meneninho.
De l Alto de la Serra çci la Ladeira,
Até you chegar eiqui al Pocinho!
Eilhi l miu Pai mui chorou,
Por tener d'assi me abandonar...
Las tristezas qu'el me deixou,
Lebei-las todas ne l miu caminar,
Eimigrante por eiterna cundiçon,
You choro lágrimas de l miu rincon!
(in: POESIAS SOLTAS)
Outor: Silbino Poténcio
(L Home de Carabelas de Mirandela)