A volta a morada

Corri no chão duro, terra seca!

Ah, que falta a água me faz!

Andei por campos de flores!

Mas o perfume não se fazia sentir!

Percorri caminhos de terra!

Mas nos pés não havia a comunhão com o coração!

Penetrava na doce noite e a lua vinha brindar-me desesperada, tentando brilhar e refletir em meus olhos o brilho, que neles já não fazia mais morada!

Cheguei exausto, sem sonhos, sem voz e sem jeito minha Ìyá Ìyá.

Rastejei e diante de ti me coloquei.

Depositei o último suspiro e fitei o teu reino.

Faltam-me palavras e o impulso.

Meu corpo cansado se coloca estendido na praia.

E o esforço marca a areia com minhas mãos a rastejar para casa.

Ah peito meu que lhe ama e segue minha Mãe!

Faltam-me palavras. Apenas meu coração pode falar contigo.

Pois não conseguiria encontrar palavras a medir o que sinto por ti.

O perfume de tuas águas me toca.

O Brilho de tua coroa faz meus olhos marejarem e brilharem.

E eu peço a ti que me estendas teus braços doces e colha este teu filho que correste em terra seca.

Mas chegaste em casa.

O Perfume de teu reino tocou-me e eu sorri.

E como último movimento estendi as mãos em vossa direção.

E senti o toque.

E uma estrela brilhou e ficaste a visão refletida em meu olhar.

Um último olhar.

À volta a minha morada.

A vida encontrada.

O Mar e sua Rainha.

Minha Mãe!

Baraygby
Enviado por Baraygby em 27/03/2012
Código do texto: T3579725
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