Pastor de Arco Iris

Sem cajado e sem ovelhas segue o pastor, tangendo suas ilisões e desencantos...

Nem sempre num verde pasto

Talvez mais azul que verde; mais montanhas que nuvens...quem sabe ?

Quem sabe buscando, na perigrinação, a exata dimensão da vida.

Avalia, enquanto flutua nos próprios pensamentos, a saga de destruição herdada

Auto definir-se ?

Conceituar o mundo das estrelas que explodem a todo instante, no céu, na terra

No próprio umbigo ?

Milhões de mortos esperam à margem da sepultura...de braços cruzados, cabeças baixas...

Que esperam ?

Prováveis vidas futuras ? Quais os prognósticos ?

Haverá uma hora marcada para começar uma guerra nuclear ?

Como saber da vida ? como saber da morte ?

O álcool neurótico dos inconcebíveis, arrebata-lhe a visão clara

E o vento acre que vem do nada, invade-lhe os pulmões aflitos.

As sensações do corpo são neutras ante um horizonte sempre igual.

Caminha com passos marcados, pelos mesmos caminhos de ontem

Sintetizando todas as coisas numa fração de segundo

Um jardim num quintal qualquer

Uma mão florindo para o afago

Aves de migração no domínio dos céus

Uma mensagem percorre o cérebro

Não pensar

Não sentir

Não lembrar

Esquecer....

Olha a paisagem fria, com olhos de solidão, de silêncio... de eternidade.

Recolhe-se lentamente em seu mundo de sonhos

E lá se vai... com seu bordão de azul, apascentando as sete cores do arco iris.

Aziul
Enviado por Aziul em 01/04/2012
Código do texto: T3588568
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