Idolatria

Sonhamos se acordados!

Sonhamos quando acordados

Ninfomaníacos e és assim acordado

Grita o fauno:

Bem que alegre,

Desejo-te!

Quero e o chamo

Nu como o céu!

És calada? És elegíaca?

Pois os sonhos, amigo, não é cousa,

Feita de pedra, cimento e areia.

Vai de teu despenhadeiro a outro despenhadeiro.

Flui a teu cíclico furacão, ao crepúsculo da doçura.

Antecipação da morte?

Ou mensagens do alem?

Como a cruz de Jesus, como a folha e a flor

Da quimera, que assim eu fui

Teu olhar, mais longe,

Mais lento, na mocidade de meu amor

O sonho rui!

Em cada nervo... Em cada músculo...

É como augusto de meu crepúsculo.

Aqui é tudo que olho a sombra do despenhadeiro

Baixo até o mais fundo de meu ser

Lá onde um dia sorria minha’lma

Fernando A. Troncoso Rocha.