PARLENDAS, RIMAS E PROSA AO AR.

PARLENDAS, RIMAS E PROSA AO AR.

Hoje é quinta-feira, amanhã será sexta, depois de amanhã sábado e depois domingo. Pegue o cachimbo. O cachimbo é de ouro. Deu no touro. O touro é valente. Deu na gente. A gente é fraco. Cai no buraco. O buraco é fundo. Afunda o mundo.

A rainha coseu a roupa do rei de Roma, que o rato roeu na rouparia do seu Raimundo e da dona Raimunda, que têm os filhos Romeu, Ronaldo e Raquel, que comiam pastel. Eles têm um bicho-cutia o qual roeu a roupa da tia Emília e da tia Sofia, a qual lavava a roupa dos Raimundos na pia e nem fazer bolo sabia, mesmo ensinada pela prima Maria, cujo passarinho não pia, vindo da cidade de Cutia.

Hoje trabalho. Amanhã não. Vou comer mamão. No domingo nem chororo nem vela. Depois da missa vou passear no jardim da capela e roubar uma rosa para ela. Pra ver se ela gosta de mim. Ou então vou tomar chá de capim-cidreira ou suco de maracujá, jogar o chapéu pro ar e rogar ao céu para que minha amada não vire uma freira, senão vou tomar limonada e fazer uma besteira: vestir um paletó preto e fingir de defunto, só para ver se ela tem dó de mim e chegue junto. Porque amanhã, sexta-feira, vamos passear na Serra do Cipó, onde o Saci pula numa perna só. Vou levar meu violão e cantar-lhe uma canção.

Aí vou roubar-lhe um beijo, objeto do meu desejo, dar-lhe um pedaço de queijo e propor-lhe casamento na igreja, ainda que chova e troveja, porque dei-lhe o meu coração, com emoção e quero ser o seu maridão.

Então vamos nos amar de verdade e passear no domingo na Praça da Liberdade.

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Entrou no bico do ganso que era da vizinha. Se você disser adorei você se parece com uma rainha ou um rei.

F I M.