Delírios II

De dia em dia, me vejo com esperança.

De dia em dia, me vejo sacudindo.

De dia em dia, me vejo sorrindo.

De dia em dia, me vejo chorando.

Mas vem a noite e fico aqui delirando

Ah doces delírios!

Sinto até perfume de jasmim, ou era de rosas!

Que me importa, se são só deliciosos delírios.

Navego com minha amada, em meu coração.

Ah delírios do amor!

Brinco e navego com meus amigos, em nossos delírios.

Pôs-se o meu habito vital;

A minha essência, de meus delírios.

Brincamos de trovadores...

Doce arte que como uma bela fadinha,

Transmuta e transfigura nossos maus destinos.

Ah que doces delírios!

Chacoalha-me ao orgasmo intelectual

Agrega coisas irreais

Fecunda minha esperança prometedora

Deste grão de areia, perdido neste universo.

Que vive a delirar!

Fernando A. Troncoso Rocha.