Escrevendo na noite fria.

Na noite de minha elegia, tento fazer poesia.

Sem sono e cansado, em frente ao meu computador.

Meus amigos e amigas já se foram!

Dormem seus sonos, em seus sonhos.

Refazem a vital energia de seus corpos.

Sem sono tento fazer meu rito, escrever!

Tento adquirir minha alma,

em uma nova poesia.

De alma apagada, com meu cigarro e vinho barato.

Penso em escrever, uma nova poesia!

Sinto sorrir meu mau gosto,

com meu desgosto de minha mente vazia.

À noite... O silêncio...

E minha mente foge, minha vida foge,

Fogem meus pensamentos, fogem!

Sinto inutilmente a vontade de escrever.

Flui sem piedade a falta do que escrever, só a silêncio!

Dentro da noite cinza fria, lá adormeço!

Mais vinho, mais cigarro e lá adormeço.

Só que vejo é meu beco!

Quem se importa... Se meu amor poesia,

Vem-me de trairá e deixa-me em meu beco,

Sem eira e nem beira!

Que heresia, de meu próprio ser.

Tomo meu último cálice, apago meu cigarro,

Desmemoriado, do que ainda hei de escrever.

Fernando A. Troncoso Rocha