Disfarce

Ouço teus passos abafados aproximando-se. Trazes uma máscara à mão. Uma das tantas que possui. Ao fundo, uma nota preguiçosa, para preencher o cenário, é emitida. O ritual se repete e se repete, dia após dia. Vens, enche-me de suas falsidades, sufoca-me de paixão e parte! Porém, dessa vez, a máscara não se encontrava em sua face jamais vislumbrada. Te observo com todo o brilho do mundo em meus olhos. Suo toda água dos oceanos nesse efêmero instante. Sinto toda a emoção de uma família recebendo um filho vindo de uma guerra duradoura. De repente, a máscara cai de suas mãos. Agachando-se para pegá-las, me interrogo. Por quê? Olho intuitivamente para o chão e descubro que não deixas pegadas por onde passas..

Bruna Maia
Enviado por Bruna Maia em 24/04/2012
Reeditado em 13/10/2015
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