Palavras não morrem
Palavras de amor são sonhos emaranhados
Desfiados pelo tempo, cientes de que só o papel
é pouco, ou quase nada, para perpetuá-lo
No vão momento, entre nossos pensamentos.
Molhada no tinteiro, a pena desce
Sobre a dobradura fina deste corpo branco
E segue o caminho dos olhos para autobiografar
As primeiras letras e palavras de amor.
O silencio lá fora se desfaz por uma folha que cai,
O vento mensageiro chega, mas chega tarde para o poeta...
Pois nos traçados suaves e tristes ele esculpe
Palavras de amor primeiro, inventadas a todo instante.