Dialogo entre o Amor* e a Sinceridade®!


®A quanto tempo não te vejo...ainda conservas este ar de intolerância tediosa.
*Não eu! Talvez outro.
®Sim! É tua marca sem duvida. Porque outro ousaria tanto em olhar tudo e principalmente todos tão jocosamente de cima?
*... (silencio com ar de desdém)
®E sempre evasivo, nunca te comprometes a nada ou com ninguém! Isso sem duvida é tua desdita marca e maldição.
*Maldição?Que sandice, chamar ao amor maldito.
®Não chamo o amor maldito, apenas sua famosa forma de dizer Olá. Chega sorrateiro adentra a soleira da porta e com olhos esfomeados e de ressaca se dá a pedir e soluçar. Tudo e todos se jogam à seus pés. Apaixonam-se e tem por missão de uma vida cuidar-te. Pobres se tornam a partir de então, pois somente a alguns aqui ou acolá te recebem por inteiro.
*Sou sempre vivo e trago calor ao mundo, sim sempre!
® Teu calor deveras incendeia mundos e queima os desavisados! Isso também é tua marca.
*Tudo tem conseqüências!
®olha aqui outra de tuas assinaturas, lavas as mãos com notável facilidade. Com isso trazes alegrias e idílios à milhares ou milhares de milhares. Mas diga a que devo tal honra.
*Nada em especial, apenas achei a tua morada convidativa, entrei...
®Continuas o mesmo, mas dessa vez tenho de dizer, não fostes convidado! Não mais. Aguardei-te durante anos, olhava ao longe na estrada. Preparei dia após dia uma mesa enorme e sortida com tudo que me disseram ser de tua preferência. Ate que um dia deixei de acreditar no que me falavam de ti. E passei eu mesma a tentar entender-te.
*E porque tamanha preocupação e trabalho por algo tão ínfimo.
® Este teu charme não me afeta mais, por favor, poupe-nos de teus jogos. Somente uma criança faz da sua maior qualidade um desapreço, isso sim é cruel, fazer do que te atrai algo pequeno e sem valor, junto levas tudo e todos que te amam. Sim alguns amam o AMOR!
*então deixas-te de me esperar apenas porque não vim! Sinal de que não me esperavas de verdade! Não como deverias! Falsos foram teus floreios isso sim.
®A falsidade não reside em quem te espera, com coração forte e resignado, dando de ombros a tudo o que atiras contra as faces encantadas por ti. Quantas vezes te vi, ir a outras moradas, mas sempre com um tom baixo e calmo no falar que quase sempre era: - *aguarde, venho a ti agora! Protelas-te a mim tantas e repetidas vezes que tua espera perdeu o sentido e com ela tua existência.
*Te tenho estima, apelo para o que sente ou que já sentiu por mim, recebe minha presença que te aqueço com o meu melhor. Se já esteve a minha espera não me maltrate mais apenas recebe meus agrados me afeiçoei por ti e tua lida para comigo!
®Sim! Eis aqui nosso paradoxo. Se afeiçoando por mim e não a mim mostra que gostas dos meus agrados, de minha mesa, de meus idos olhares e suspiros mas não de mim! Nem de minha pele, de minha voz, de meus ares e perfumes que sequer os conheceu!
*Mostra-os agora, quem sabe me serão bons.
®Como tua própria afirmativa revela, não serão para ti.
*para quem bordas? Seria um agrado? Posso ver?
®Tuas perguntas me deixam feliz, tua intrometida vontade de ser mais esperto e faceiro, do que todos à sua volta, lhe deixa sem muito a esperar do mundo. Responderei a tuas três questões com uma única resposta. Não!
*mas Quero você doce dama!
® Se serei doce não será contigo cavalheiro Amor! Vamos Ande ! Saia e deixe o mundo te perseguir como sempre fizeste. Esta dama não lhe trará mais nada senão longínquas lembranças de um tempo que não voltará. E por favor sejas tão fiel a presentear-me com tua ausência como foste na tua infantil insistência.