Em Cada Verso

Se os sentimentos nestes versos

Não são meus, de quem os são?

Por vezes reinventados, outras vezes extremados...

Mas, ainda assim, são meus!

Ardentes, intensos, doídos...

Mas é assim mesmo que os sinto!

Vêm de outras eras... Das minhas quimeras...

Mas é aqui, e agora, que incidem!

Não escrevo o que sinto,

O que eu sinto, por vezes, é mais forte...

O amor é maior... O que é bom fica melhor...

E a dor? Essa dói ainda mais.

Se eu disser que dilacera,

É porque cá estou em pedaços.

Se eu disser que queima, é a dor que teima...

Em fazer-se sentida, em sentir-se arder.

Minh’ alma carrega as cicatrizes

os versos só fazem alusão as feridas.

Palavras emprestadas, memórias (re)buscadas...

Mas cada dor, um dia, foi sentida.

Inconstante, volúvel, confusa...

Sou assim, intensa e contraditória...

Mas sou eu em cada verso, meu eu e meu reverso...

Amando e odiando com a mesma devoção.

Tenho vários Eu's e sou uma só...

No olhar resquícios das sombras

a mim impostas... Mas no sorriso uma luz oposta...

Que nem eu mesma sei desvendar.

Sil Castilho
Enviado por Sil Castilho em 09/05/2012
Reeditado em 22/11/2012
Código do texto: T3658654
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