Fios de Luz
Não conheci tal brilho. Não poderia dizer-lhe a intensidade nos olhos. Mas sabia que era uma espécie de brancura de lua iluminando pela noite escura... Não saberia dizer que extensão tinha o sorriso gentil, a doçura entrecortada pelo silencio.
Magia suprema.
Era encanto só, o que e percorria a alma, levando de uma extremidade a outra o arrepio da pele se consumindo. Desejo. Desejo secreto e tardio.
Era sempre final de tarde. O ponto exato em que a noite roubava o dia. Força esmaecendo dourada pelos arredores do mundo.
Batia as asas. Voava depressa. Logo, logo a noite chegaria. Nela o descanso. O sonho. Depois o sono profundo e reparador... Onde alma se tornaria leve.
O céu, de dentro de suas retinas, avançava numa tonalidade entre rosa, laranja e vermelho. Raras vezes o sol parecia pálido num amarelo mais claro e discreto. Não. Não era discreto. Tinha a cor dos risos de alegria com que alimentava sua alma. A alma lhe era movida a alegria. Pura e simples alegria de estar presente em mais um dia que finda.
E seus olhos brilhavam. Profundos e ávidos de luz.
Doces, escuros, cadentes...
Finos fios de luz na noite.
Grifos de iluminada magia.
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