Meu Pai

Meu Pai,

em vão, procuraste-me;

eu, tão cedo,

andei ao revés de Ti.

Sob as cores escuras,

escuso à miséria do mundo –

e à minha própria sorte –

Buscaste-me, mesmo não sendo eu

a correlação ideal entre Tu e Tua proposta –

mas não foi em vão.

Momentos outros, ao errar, me esvai;

Tua paciência, d’outro lado - como a máxime das virtudes -

jamais negou-me vez.

Todavia, ainda assim, não Lhe vi -

e ofusquei.

Mas meu Ser, radiante, se refez.

E meu coração já não é aquele órgão pálido,

escasso de sangue;

Ele esmerava-se ao ver, em Ti,

todo o encanto,

E todo o sentido da vida, hoje, é a própria razão da existência.