Quietude

No balanço das cerejeiras em flor...

Viaja também minha alma

No alento e relento de teu orvalho,

Mantenedor de minha clausura.

Nos campos em flor, minha voz grita

E ecoa céu afora no exato momento

Em que o vento me transporta,

Para além das alvas cerejeiras em flor...

Minha dor já não faz sentido, pois infinita

É a composição da natureza que me toca.

Onde o céu, de um azul profundo,

Retrata a leveza do meu ser,

Pela paz interior que tanto procuro...

Com os olhos fechados, dou-me ao prazer

Desse momento tão divinamente único,

Só me desperto quando os mesmos campos de flor

Devolvem a mim o meu grito...

Não de dor,

Mas de profunda luz.

SÔNIA SYLVA
Enviado por SÔNIA SYLVA em 11/06/2012
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