Quietude
No balanço das cerejeiras em flor...
Viaja também minha alma
No alento e relento de teu orvalho,
Mantenedor de minha clausura.
Nos campos em flor, minha voz grita
E ecoa céu afora no exato momento
Em que o vento me transporta,
Para além das alvas cerejeiras em flor...
Minha dor já não faz sentido, pois infinita
É a composição da natureza que me toca.
Onde o céu, de um azul profundo,
Retrata a leveza do meu ser,
Pela paz interior que tanto procuro...
Com os olhos fechados, dou-me ao prazer
Desse momento tão divinamente único,
Só me desperto quando os mesmos campos de flor
Devolvem a mim o meu grito...
Não de dor,
Mas de profunda luz.