Entre Muros

A vida perdia os sentidos,Deus parecia fugir das almas,depois de dezenas de pai-nossos e Ave-marias atrapalhadas.

Fomos ao shopping, desejanos novos sapatos,perfumes e tablets.A vida conduzía-nos para o consumo e o estilo low profile.

Decidimos entre uma loja e outra, visitar o túmulo da família, no cemitério situado na mesma rua do shopping. Havia paz entre os muros o portões.

A noite se aproximava.Os portões separavam os vivos e os mortos. De volta para casa, o silêncio no carro, dava sonolência. Se ouvíssemos Enya,perceberíamos a presença de meu pai nos dando consolo.

O irmão mais velho não permitia conversas, nem desabafos. Senão, todos cairíam em prantos e o carro com falhas no motor Interrompemos a viagem por algumas horas...

As horas continuaram em compasso de espera.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 17/06/2012
Código do texto: T3728347
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