“Somos o reflexo do Universo e o Universo reflete quem somos”

“Somos o reflexo do Universo e o Universo reflete, como espelho, nossas ações, pensamentos e sentires”

A noite se fez. O brilho das estrelas parecem ainda mais reluzir, pois algumas nuvens toldam a Lua que está passando para outro de seus quartos, enquanto o Sol está a iluminar outros lugares, longínquos países e continentes.

Olhando assim para o céu, harmonizo-me com o que em mim existe de sensibilidade e, o muito do pouco que tenho aprendido nesta jornada, leva-me por caminhos de pensamentos sobre a vida.

Hoje volveu-me à mente todos os ensinamentos dos mais velhos de minha família quando criança, e sua paciência e amor para me ensinarem a reconhecer o valor e o respeito que se deve ter – e demonstrar- por aqueles que já viveram algumas décadas e dos quais se deve haurir a sabedoria que vem do tempo da alma.

Hoje, nesta ’modernidade’, a cultura valoriza desmesuradamente a juventude, enquanto o desrespeito e mesmo o menosprezo pelos idosos, aumenta em escala exponencial. A maioria dos pais – e mesmo alguns avós- não querem dar-se ao trabalho de educar as crianças e os jovens sob sua responsabilidade. Alie-se a isto, o fato de, muitas vezes, além de hipócritas não têm coisa alguma a ensinar-lhes: são vazios das qualidades humanas necessárias para tanto.

Negociatas fazem parte do dia a dia de alguns, dentro da esfera em que vivem … Respeito? Sinceridade? Desconhecem. Neles tudo são ’aparências’; falta-lhes ’consistência’.

Assim, apõem seus nomes em ’documentos’ que falsificam – como se verdadeiros fossem seus conteúdos…

Carecem, essas criaturas de dignidade, mas tentam mostrar à humana sociedade um ’bom-mocismo’ que não possuem.

Triste é constatar que seus dotes histriônicos estão de tal forma aprimorados e aos seus agires arraigados que podem mesmo pensar serem verdades as mentiras que criam consoante suas conveniências pessoais.

É comum pertencerem a clubes cujo objetivo é a prática da ’caridade’, arregimentam-lhes membros … mas não vão a hospitais, asilos e orfanatos, onde há tantos seres abandonados... não ’se misturam com essa gente: têm ’posição’... Porque, então , dar-se-iam ao trabalho de ouvir lamentos desses seres abandonados pela sorte, cujo sofrimento é imensamente intenso?…

Vivem a parte adjetiva da vida, não a substantiva… Sequer dão-se conta de que O importante não é a esmola auferida em jantares beneficentes (para ter o nome e foto em colunas sociais…) O importante é deixar de lado essa perspectiva egoística – que é seu horizonte- o importante é vero outro como gente…

… Mas isso, se não têm na alma, não lhes pode chegar à mente.

Com esses pensamentos, irei deitar-me tranqüila e feliz, agradecendo a Deus, por ser deles tão diferente.

Mirna Cavalcanti de Albuquerque Pinto da Cunha

Rio de Janeiro, 15 de Junho de 2012