NA AVENIDA...



Na avenida por onde eu caminho,
Não há lugar para a solidão.
As pessoas passam se olham,
Até parece que se compreendem,
Que se conhecem.

Na avenida por onde eu caminho,
Há simplesmente um vai e vem gostoso
De gente, que como eu,
Caminha sozinha, em meio a multidão...
Quem sabe, também como eu,
Buscando um rosto conhecido;
Alguém para conversar,
Para recordar passados, nem tão distantes.

E nesta avenida, que nem é tão longa,
Encontramos respostas no olhar que se cruza
Num aceno de cabeça,
Nos casais que passam de mãos entrelaças,
No sorriso despreocupado, dessa garotada
Que sonha, como deve ser sonhada a vida...

Na avenida por onde caminho,
Há lugar para o passado, para o presente
E por que não haveria para o futuro?
Afinal, é para a frente que se anda.

E envolvida pelos pensamentos recordo
De alguém que ficou no passado sem tristeza,
apenas recordo e percebo que o tempo passou,
As rugas me dizem, mas isto também é normal,
Assim como o fenecer de um romance, como foi o nosso.
Afinal, nada é eterno.