Gozo Silencioso

O gozo é sempre silencioso nessas noites.

O verão do Rio arde e não é nada romântico

Se nenhuma brisa bate à janela.

A gota que me agora escorre são gotas

É suor mais que qualquer outra coisa

É a preguiça de dormir que vem acompanhar o sono

É o Scoth que me vem ser fiel.

Ah, se tivesse um harém seria mais feliz

Contudo, um feliz sem melancolia

E se não há melancolia não há boa poesia.

Calígula me teria inveja

Se na hora da morte de Drucila

Me visse como estou, nesta cama vazia

Jogando pelos esgotos o resto de lirismo

Que guardei no fundo da garrafa JB

Teria inveja e medo, os mesmos que tenho

E digo isso com a liberdade que me dá a arte

De escrever a sandice que me vier

De subjugar os sentimentos de quem for

Mesmo que César... Mas César também sô.