Eu Quis...

De início, quis ser tua alegria...

Ser a força dos teus braços e a motivação dos teus passos.

Eu quis mesmo ser teu céu, sem sombras.

E quis te dar a luz do sol em doses diurnas, só para você entender que era diário e infinito.

Quis teu olhar, tuas mãos, teus braços, teu espaço... Eu quis entender, compreender...

Quis me perder entre tuas pernas, entre teus beijos e me joguei no teu abraço.

Eu quis fabricar teus sonhos e, afobada, te dizer que sim.

Eu quis ser a poesia da tua vida sem rima.

Ser o compasso do teu coração. Ser pedaço da tua canção.

Ser tua, sem ser minha. Perto do céu, longe do chão.

E, no fim, eu sou só aquela que deveria ter sido.

A sua ferida mal cicatrizada... O seu receio mais temido.

Sou teu passado, ainda presente. Mal curado, mal dormido.

Sou a poesia ingrata e sem rimas...

A sua vontade de ter sido e, não foi...