Na era dos reality-shows

As pessoas sorriem

Aguardando a absolvição de seus pecados

Um bom ato se fosse acompanhado verdadeiramente de boas intenções

Em geral nada parece ser o que é

Há um cheiro podre no ar

E não foi eu quem peidei

Não sei de onde vem

Talvez seja do sangue podre por traz da geladeira

Efeitos nocivos da cobiça dos grandes "empresários"

Tento decifrar os sorrisos

Tento decifrar o enigma

Por detrás de tanta pompa

O que descubro faz tanto sentido

Que me surpreendo observando a atuação cinematográfica

E os jogos de interesses diversos

Nada é "falso"

Só meramente controlado

Tenho um bom senso de humor

Até mesmo com estes reality-shows privados

Privados!

Ou seriam cada vez mais públicos

A cada post Twittado ou facebookado

Uma exposição gratuita e até lucrativa

"Ontem eu comi um macarrão"

E dai!

Que coisa mais down

Sou dono de mim

Escolho o que é bom e o que é mal

Aquilo que realmente me convém

Sem seguir tendências e estilos

Como robôs programados para fazer o que é pre-determinado

Pago meus impostos no prazo as vezes com um mero atraso

Muitas vezes o compromisso é condicionado

Todas as coisas me são licitas

Faço escolhas sabias

Poderia ver o por do sol

Em um outro mundo

Se fechasse os meus olhos

Mas ainda não vi os meus filhos

Brincarem de esconde com seu velho

Sonhos, desejos e objetivos

Força gravitacional que me prende aqui

Jovem demais para morrer

Sentia estar vivendo apenas para respirar

Cansado disso

De toda essa loucura que chamam de vida moderna

Tecnologia, bits e processadores

E o ser humano nada evoluiu

Por isso tomei uma dose de solução há algum tempo

Cortei os creditcards e os reality-shows

Devolvendo o que foi usurpado

O tempo

Minhas asas estão em manutenção

Por enquanto Não posso voar

Mas posso remar e caminhar pelo asfalto

Quando quiser

Afinal não estou preso

Há falsas ideologias, dogmas e religiões

Ou ao dinheiro

Sem medo de ir e vir

Não preciso de carro blindado

Mesmo caminhando pela favela

Chamada Brasil

Sou livre

Penso com liberdade

Faço o que da vontade

Livre

No caminho para

O meu mundo melhor

Pois ele sempre esteve dentro de mim

Só eu o saberia encontrar

Isto soa como uma historia triste?

Mas não é.

Digamos que é um desabafo

Um grito entalado

Que solto ecoa em ondas nos cabos de fibra ótica

Eu posso escolher o que é melhor para mim

SIM EU POSSO

Não o que é condicionado

Não sou o melhor

Nem o pior

Sou eu mesmo

Na busca continua de paz e sustentabilidade

Não sou o astro da TV

Que sorri e acena

Tendo a vida exposta para o mundo

Como no show de Truma

Mas se acaso um dia não falar mais com você

É porque abri a porta de EXIT

Então deixo o recado

Bom dia, boa tarde e boa noite

Leonardo Moura
Enviado por Leonardo Moura em 23/07/2012
Reeditado em 11/09/2012
Código do texto: T3792641
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