OLHOS ESFINGE

Caçadora e inspiradora sempre foi uma divindade que poliniza os campos secos dessas rosas de mandacaru, não sei se é Capitu ou Deusa, mas deixa sempre um olhar de mistério sobre nosso imaginário.

Teus olhos femininos guardam a porta do inconsciente e não cessam de nos espiar por todas as brechas, por todas as rimas, todos os contos.

Esse olhar algoz que mostra vadiagem sabota meu corpo e me torna cego dos teus jogos de quebra-cabeça.

Olhos de pedra, não tem pena de mim às vezes passa e não me vê parado procurando algo para te distrair. E quando teus olhos ficam apertados é sinal que luz esta forte demais para poder enxergar esse coração tolo que insiste em te conquistar.

Quando estão etilizados teus olhos ficam bem fechados como se escorresse no corpo a agonia da tranquilidade e o delírio do erotismo. Em teu corpo, pernas fartas, peitos redondos, boca de néctar, mas só teus olhos conduzem a vontade de te despir.

Cansados eles mostram serenidade e loucura, se rendem a rotina e procuram a paz em incógnitas. Feridos eles cicatrizam as carnes com as lágrimas frias de retinas castanhas.

Prendi-me nessa esfera que mais parece um cobertor de olhares insanos, sou mais um escravo das tuas ressacas.

Yana Moura
Enviado por Yana Moura em 30/07/2012
Reeditado em 31/07/2012
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