"Dá uma moeda, tia?"

Mais um dia.

Cansada. Espero chegar logo em casa.

Perdida em meus... nem sei o quê.

Olhar perdido. Mente ainda mais perdida.

Sinto alguns olhares.

Uns apenas olhando.

Outros encarando.

Outros tão perdidos quanto o meu.

Não me preocupo.

Sinto uma presença.

Não vejo de onde vem essa presença.

... fica mais intensa.

Olho pra frente, vejo um vulto branco.

Retorno o olhar e não vejo mais.

Alguém me acorda do devaneio.

"Dá uma moeda, tia?"

Demoro alguns segundos para entender.

"Não tenho."

Olho e vejo um homem e esguio, moreno, me encarando profundamente.

Totalmente vestido de branco.

"Eis que sou sua presença.

Não quero sua moeda. Quero seu amor."