Águia solitária.

Voava solto e deslumbrante.

Voava como eterno caçador.

Voava como destemido predador.

Em minhas caçadas, fui feliz!

Como bom predador, saciei a minha fome.

Com minha voracidade, me encantei e embriaguei-me.

Experimentei um pouco de tudo e fui feliz.

Eis que um dia, me deparei com uma grande águia.

Águia voraz e destemida, assim como eu era.

Em nossa luta, não teve perdedor e nem vencedor.

Pois daquela águia, perdi a luta e a vontade de caçar.

Daquela águia que podou minhas asas, em continuar a voar.

Redescobri outra vida!

A vida da caça e do amor.

Hoje vejo esta águia, em vôos curtos e sorrateiros.

Curtos em voarmos juntos.

Sorrateiros, em compartilhar-mos a mesma fome.

Há desta águia perdi e nada perdi.

Somente redescobri a vontade da companhia.

Selo em meu ninho, minhas esperanças!

Selo em meu ninho o meu destino.

Deste destino inserto, nada sei!

Mas deste destino inserto, tudo quero.

Somente minha paz e alegria.

Fernando A. Troncoso Rocha