caleidoscópio em cinzas

o que nao tenho escrito

é um grito

um rito

um mito

um rascunho pobre e aflito

cheiro de tradicao

o que tenho escrito é cisco

em disco, é risco, é tento, é candente

é belo,

é selo de mil gentes

-o que foi conseguido

as custas de muito/nenhum

fito/observação

e minto se disser que nunca foi em vão

(eu nao)

a quê a poesia afora

se propôs?

(sem hora

sem demora

sem trégua nem regras)

a apenas redizer que

apenas luas-léguas tiranas, tiram-nas tão bacanas, sem traducão!

na estada, nao vai nada

que a estrada não legitime

na escada, uma ex trava, nao vai nada

dizer-te que tantas vírgulas a mais, no papel, não te exprimem

o que é o quê

que eu quero te dizer

nestes versos mal-mau-tratados

˜tudo que jaz é ex-premier, é soul prime˜

riquezas nem sempre se exprimem

Plácido Aus Santos
Enviado por Plácido Aus Santos em 30/08/2012
Reeditado em 17/10/2012
Código do texto: T3856225
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