Calúnia das horas
A cada por do sol
Vem o medo do fim dos dias
E a incerteza de saber
Até quando ouvirei o som da chuva
Ou o barulho dos trovões.
Em tardes vazias
Vem-me a saudade do que eu nunca tive
Vem a vontade de viver!
Meus olhos abertos
Vêem os dias passarem
Eu fecho a janela do meu quarto
E o que era noite já é dia!
Então o dia passa
Passam pessoas e carros
E fica o desespero de não poder parar as horas.
Nesses dias insensatos
Paira a solidão em meus braços
Me abraça e deixa seu cheiro forte!
E foi embora mais um dia
Mais uma chuva passou...
O sol nesta manhã resolveu aparecer
Mas as nuvens o cobriram
E apenas alguns raios saíram
Na inútil tentativa de mudar a textura do tempo.