Calúnia das horas

A cada por do sol

Vem o medo do fim dos dias

E a incerteza de saber

Até quando ouvirei o som da chuva

Ou o barulho dos trovões.

Em tardes vazias

Vem-me a saudade do que eu nunca tive

Vem a vontade de viver!

Meus olhos abertos

Vêem os dias passarem

Eu fecho a janela do meu quarto

E o que era noite já é dia!

Então o dia passa

Passam pessoas e carros

E fica o desespero de não poder parar as horas.

Nesses dias insensatos

Paira a solidão em meus braços

Me abraça e deixa seu cheiro forte!

E foi embora mais um dia

Mais uma chuva passou...

O sol nesta manhã resolveu aparecer

Mas as nuvens o cobriram

E apenas alguns raios saíram

Na inútil tentativa de mudar a textura do tempo.

Cecilia Mendes
Enviado por Cecilia Mendes em 25/02/2007
Código do texto: T393138