SEU ZÉ DA MONTANHA

La no pé da serra

encravada bem no pé da montanha

esta o homem que vive da terra

plantando e colhendo com uma vontade tamanha.

Não somente para o seu sustento

levando também para a cidade

carreando o colhido na sua carroça

arrastada com o seu jumento

cantando a sua felicidade.

A tardinha sentada em um pé de pau

com seu canivete destrincha a palha e o fumo

é a alegria que lhe é permitida como se fosse o seu sarau

de manha o canto do galo o põe a prumo.

Joga o pito no canto da boca

a fumacinha vai levando a sua saudade

pigarreia disfarçando uma paixão louca

daquela que foi embora deixando muita maldade.

Tem como companheira a solidão

quatro alqueire de uma roxa terra

é a sua vida e grande paixão

só para a labuta quando a tarde encerra.

Sua casinha de pau a pique

foi a que conseguiu ser erguida

tem-a como uma mansão

foi lavrada com o suor de sua mãos

foi la no pé da montanha que foi construída.

Tem a cachorrinha Lulu

que faz com que a vida lhe torne mais amena

a tarde senta em seu colo embaixo do pé de caju

lembrando sempre daquela que lhe deu magoa.

Preta morena,que nem se chegou a casar

viveu com ela por alguns tempos

nem deu tempo de amar

fugiu de madrugada

com o seu pião Antonio bento.

Este homem como outros tantos

vive das alegrias e de suas tristezas

na esperança que algum dia apareça em seu canto

aquela que será a sua metade

fará parte da sua nobreza.

Sempre haverá um Eremita

terá um homem casto também

mas o amor a dois fazem parte das escritas

que Deus algum dia abençoara com o seu amém.

Diney Marques
Enviado por Diney Marques em 15/10/2012
Reeditado em 15/08/2018
Código do texto: T3934243
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