A Filha De Iemanjá

As ondas mansas estão a dançar em câmera lenta.

Ela caminha de forma silenciosa, pisando a areia com os pés descalços.

O vento úmido que sopra do oceano agita seus cabelos negros e soltos.

Uma silhueta esguia e alta, com seu longo vestido alvo.

A alvura do vestido contrasta com a pele morena.

É a figura de mulher bela, de corpo e mente apaziguados.

A filha de Iemanjá passeia serena pela praia deserta.

De repente ouve-se a sua doce voz de soprano,

num canto que é um tributo à rainha do mar.

Seria uma princesa do mar? Ou seria ainda esse ser

a mitológica sereia transmutada temporariamente em mulher?

É então que cansado de apenas contemplar tão deslumbrante visão,

corro em direção a ela e a tomo em meus braços viris.

A moça dá gostosa gargalhada e seu grito de gratidão pode ser ouvido por toda a extensão da praia:

_ Obrigada, Iemanjá! Minha rainha e senhora.

Liberta e desperta, finalmente poderei amar.