O Navegante

Sou um navio sem leme que navega sem parar no oceano, a imensidão das águas me dá medo, mas também me fascina, a voz suave das ondas sussurra nos meus ouvidos palavras que não compreendo, a brisa suave acaricia meu rosto enquanto meus olhos buscam lá no horizonte azul das águas o continente, para ancorar no porto, não... Não quero ancorar, quero continuar navegando, a brisa e a voz do mar me farão companhia, quero navegar assim sem leme na direção do vento, e nas noites mágicas sobre o mar o lençol de estrelas cobrirá meu corpo e a minha Deusa virá nos meus sonhos...

Não quero mais ir ao continente, lá a paixão malvada rouba minha voz e não me deixa falar com minha Deusa, quero ser um navegante solitário e navegar sem parar pelos mares, para descobrir a minha Deusa que se esconde no azul das ondas e me abraça sem eu perceber... Queria ser um pirata para roubar-lhe um beijo e guardar tal tesouro no fundo do cofre do meu coração me tornando o mais rico dos homens, mas jamais deixarei de navegar porque a melodia do mar e os meus sonhos me fazem viver...

Vanderlei Bogen

Rio, 01 de Novembro de 2004.