Meretriz.

Ah doces meretrizes!

Sou teu rei... Sou teu astro...

Mas sou é o meu fracasso

Vem! Púlpito de meu espírito devasso

Teu crepúsculo cai, manso ao “eu” animal

Balbucio em minha miséria de mim

Prisão ou benção de minha carne!

Quem a de descobrir, tu?

Chama que queima! E, por desgraça,

Queimas o melhor de meus sentidos,

Sem sentido! Meretriz...

Enleia ingênua aos nossos sentidos.

Decretas-te morte aos teus sentidos

Sente e escutas as vontades sem sentido

Ah, treva densa!

Ulular meretriz... Vem!

Deleita e morre, pétala a pétala, sobre teus sonhos.

Oceano de treva densa,

Escuta a tua voz sem consolo

Encarcerada a voz de meu desejo

Meretriz! Acabrunha os teus sonhos

Pois sou o senhor de teu desespero

Cujo meu coração era cheio de medos.

Sem o amor... E sim, meu simples desejo!

Fernando A. Troncoso Rocha.