Pescador de ilusões.
Na noite que é dia, e dia que é noite.
No avesso do controverso, pesco!
No lírico alvo dos nascidos
Nascidos ao incompreendido sofrer do amor
Alguns inquietos... Outros ansiosos...
Mas todos frágeis em seu viver
A vida é amarga!
O doce amor, um pobre gozo cruel.
A beira d’água vivo!
Ao pôr do sol olvido, ao imenso do passado.
Na paisagem erma, vou tecendo minha rede.
Hei de amar o sofrer do inconsolável.
Pescando vidas em segredas coisas irreais
Como o só bem, que hei confortar.
Embora incontentado, sorrio ao teu coração, que a dor venceu.
Bendigo o amor que Deus me deu
Pesco ilusões e produzo reflexões
Sem deixar apagar o teu vulto distante
Desnudo minha mágoa... Desnudo meu amor...
Pescando doces ilusões, de outros grandes amores.
Fernando A. Troncoso Rocha.