SÍNDROME DE JESUS...

Em que pese essa pena em não precisar,

O que reflete minha alma,

O ignorar das formas rígidas dos sonetos,

O libertar das prosas poéticas,

Ou simplesmente o perdido rondel.

Poucas palavras escritas, tantas em vão,

Papéis que jorram de ínfima fonte,

Noite infindáveis de pueril vigília,

E do olhar senil sem querer se entregar,

Por ato do insano coração poeta.

De louco, imagino puro reflexo da lua,

Uma estrada de prata aberta no mar,

Síndrome de Jesus. Andaria eu sobre essas águas?

Curaria as minhas próprias chagas?

Não. Creio que não.

Então, rezo pelo coração ferido,

Por todo e qualquer mau pensamento,

Do fundo da minha alma e do porão,

Para que o amor Judas não me traia,

Que não cante o galo da solidão.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 17/11/2012
Reeditado em 17/11/2012
Código do texto: T3990749
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