Ao canto das cigarras chilreando em sentinela, assobiando ao calor, as sombras da felicidade, escondidas, escorrem pela pele.

         Definhando, sem terra nem chão, nem coração, os prazeres tidos, sentidos, obtidos, escondem-se sob a pele, como foragidos do tempo, considerados imorais.

         Desejo contido, beijo velado, sonho guardado, olhos falantes, silêncio gritante, beijo ansiado, corpos versejantes, nem desvario, desejo cabal.

         Inesperados caminhos, sombra espessa de um microcosmos encontrando o seu lugar, onde tudo é um perfume oculto, um poente ardente, um amor inteiro crepitando com ardor.
 

         Sorrindo ao calor despertado que irrompe e se desfaz dançando ébrio na vastidão esboroada dos gritos sussurrados, sem cessar, tu e eu, amamos mais uma vez.